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sexta-feira, 22 de abril de 2011

O SIGNIFICADO DA PASCOA PARA O ESPÍRITA.





Considerando que nesta época do ano em vários lugares são muitos os que celebram uma data chamada Páscoa,
interessante que façamos uma reflexão sobre o significado histórico e espiritual da mesma para cada um.
Inicialmente cabem anotações históricas para conhecer como tudo começou.
1 - A Páscoa Judaica.
A palavra "páscoa" (hebraico Pesach) deriva de uma palavra hebraica que significa "A passagem do anjo exterminador". Ela ocorreu 163 dias antes do início do ano judaico e foi instituída na época de Moisés, sendo uma festa em agradecimento a Deus pela libertação do povo de Israel escravizado pelo Faraó, Rei do Egito (Ex 12:11-27).
É a principal festa dos judeus, lembrando também a morte dos primogênitos do Egito. A Páscoa era comemorada no mês da saída do Egito, no décimo-quarto dia. À tarde os israelitas matavam um cordeiro e na tarde do dia seguinte iniciava-se a festa, que durava cerca de sete dias.
Eles comiam o cordeiro assado com pão ázimo e uma salada de ervas amargas, não quebrando nenhum dos seus ossos. Também não podia sobrar nada, caso sobrasse alguma coisa, teria de ser queimada.
Mas esta data nada tem a ver com a Páscoa de outras religiões (p. ex., a Juliana e a Gregoriana), a qual celebra a ressurreição de Cristo, conforme decreto do papa Gregório XIII (1502-1585), em 1582, seguindo o primeiro concílio de Nicéia (325 d.C.). A Quarta-Feira de Cinzas ocorre 46 dias antes da Páscoa e, portanto, a Terça-Feira de carnaval, ocorre 47 dias antes da Páscoa. Na celebração da Ressurreição de Jesus, com a Semana Santa, acontecem procissões e novenas que representam os momenntos mais dolorosos da vida de Jesus (Crucificação, Morte e Ressurreição). O domingo anterior ao domingo de Páscoa é o domingo de Ramos, onde muitos benzem os ramos de palmeiras, celebrando a entrada de Jesus Cristo em Jerusalém. Quando Jesus celebrou a Santa Ceia, explicou o verdadeiro significado daquele ato e na mesma noite Ele foi preso, e depois condenado à morte.
O simbolismo mais tradicional vamos citar os dois principais símbolos desta festa que mais se popularizaram, e que praticamente dominam em toda a parte:
A TRADIÇÃO DO OVO: Ovo é um dos mais antigos símbolos da Páscoa. Significa fertilidade e recomeço da vida. Alguns historiadores defendem que o costume de cozinhar e depois colorir ovos de galinha para depois presenteá-los surgiu entre os antigos egípcios, persas e algumas tribos germânicas. Hoje atribui-se aos chineses o costume milenar de presentear parentes e amigos com ovos nas festas de primavera. Mas foram os reis e príncipes da Antigüidade que confeccionaram ovos de prata e ouro recobertos de pedras preciosas. O povo, sem recursos para tais luxos, manteve a tradição de presentear ovos de galinha confeccionados.
A TRADIÇÃO DO COELHO: No antigo Egito, o coelho era o símbolo da fertilidade. Por ser um animal que apresenta condições de gerar grandes ninhadas, a imagem do coelho simboliza a capacidade da religião produzir novos discípulos. A Páscoa se popularizou no mundo. A tradição desta festa se espalhou por toda a parte ao longo dos séculos, ganhando suas particularidades próprias.
Na China - O "Ching-Ming" é uma festividade que ocorre na época da Páscoa, onde são visitados os túmulos dos ancestrais e feitas oferendas, na forma de refeições e doces, para que estes fiquem satisfeitos com os seus descendentes.
Na Europa Central - Os festejos remontam aos antigos rituais pagãos do início da Primavera. A tradição da Páscoa inclui a oferta de amêndoas e a decoração de ovos cozidos com os quais são presenteados os familiares e amigos mais próximos.
Na Europa do Leste (Ucrânia, Estônia, Lituânia e Rússia) - Faz-se a decoração de ovos com os quais se presenteiam os amigos e os parentes.
Estados Unidos da América - O costume mais tradicional é a "caça ao ovo", onde os ovos de chocolate são escondidos pelo quintal ou pela casa para serem descobertos pelas crianças na manhã de Páscoa.
Brasil e América Latina - As crianças montam os seus próprios ninhos de Páscoa, enchendo-os de palha ou papel picado. Os ninhos são deixados num certo sítio para o coelhinho colocar doces e ovinhos na madrugada de Páscoa.
2 - Páscoa e Espiritismo
Vivendo em meio a tantas tradições naturalmente que é importante fazermos algumas reflexões sobre elas e transmitirmos nossas impressões, esclarecendo que a mesma não deve ser creditada como sendo a palavra da Doutrina Espírita, mas apenas traduz uma impressão pessoal. Acreditamos que o espírita pode buscar inspiração no próprio Allan Kardec (1804-1869) sobre o tema: a Páscoa não tem nenhum significado para o espírita, como podemos compreender pelo fato de não haaver nenhuma linha sobre ela na Doutrina Espírita. Allan Kardec não dedicou-lhe o mínimo valor, mas assumiu uma atitude de respeito pelas posições diferentes, como podemos extrair do fato dele não ter feito nenhum comentário.
E assim ocorre também com outras celebrações, como Natal, Pentecostes e Corpus Christi, para as quais também não foi dedicada nenhuma linha. Não será demais lembrar as palavras do Espírito Verdade, no prefácio do Evangelho Segundo o Espiritismo: ... Eu vos digo, em verdade, que são chegados os tempos em que todas as coisas hão de ser restabelecidas em seu verdadeiro sentido, para dissipar as trevas, confundir os orgulhosos e glorificar os justos. - Espírito Verdade (ESE)
Sem dúvida o Espírito Verdade salientou a importância de restabelecer as coisas no seu sentido verdadeiro (sem rituais, simbolismos e cerimônias), pois se é verdade que muitos celebram na Páscoa a liberdade, a fertilidade, a vida, a passagem e a ressurreição, não menos certo é o que o espírita reconhece a necessidade não de relembrar o que Jesus viveu, e pelo que Ele passou, mas sabe o que importa é viver o que Ele ensinou, as lições do Evangelho, as quais estão muito bem sintetizadas na Oração de São Francisco, que ensina o trabalho e a ação, para assumirmos a atitude de não esperar nada, mas sim fazermos nós o que devemos:
-Senhor, Fazei-me instrumento de vossa paz. Onde houver ódio, que eu leve o amor; Onde houver discórdia, que eu leve a união; Onde houver dúvida, que eu leve a fé; Onde houver erro, que eu leve a verdade; Onde houver desespero, que eu leve a esperança; Onde houver tristeza, que eu leve a alegria; Onde houver trevas, que eu leve a luz. Ó Mestre, Fazei que eu procure mais consolar, que ser consolado; compreender que ser compreendido; amar, que ser amado. Pois é dando que se recebe, é perdoando que se é perdoado, e é morrendo que se vive para a vida eterna.

Washington Fernandes - Jornal Espírita - abril/07

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